Para entender melhor o Islã

O Islã é a religião predominante no Oriente Médio e em vastas porções da África e da Ásia, reúne hoje cerca de 1,3 bilhões de pessoas, de diferentes origens étnicas, culturais e sociais. No dia 11 de setembro de 2001, um grupo de terroristas provocou a morte de 3.700 pessoas e reforçou o cerco de preconceitos e mal-entendidos em torno do islamismo. Todos os países muçulmanos e seus principais líderes religiosos condenaram as ações terroristas. Porém George W. Bush foi mais ouvido: anunciou uma "luta do bem contra o mal”, e em Washington foram aprovadas leis que permitem a detenção de estrangeiros com base em critérios puramente étnicos ou religiosos. O premiê da Itália, Silvio Berlusconi, falou da "superioridade da civilização ocidental", isso tudo serviu de pretexto para ações de xenofobia e intolerância religiosa. É fato que alguns países de maioria islâmica possuem grupos extremistas, em geral com uma motivação de fundo político, especialmente a ocupação israelense de territórios palestinos, que "inspira" movimentos no mundo inteiro. Basta, porém, espelhar-se no multiculturalismo que floresceu na península Ibérica durante os quase nove séculos de influência árabe e muçulmana (a partir de 711), entre outros exemplos, para compreender que tolerância e islamismo são compatíveis. O fundamentalismo, conceito surgido entre protestantes norte-americanos (em algumas cidades do sul dos EUA, o ensino do darwinismo ainda é proibido), e o extremismo não são exclusividade de muçulmanos. Envolvem também cristãos, judeus, hindus e budistas. Conceitos difundidos por orientalistas, como "mentalidade árabe" e "caráter tipicamente islâmico", por exemplo, são fruto de ignorância, ingenuidade ou má-fé deliberada, além de um complexo de superioridade que está difundido no ocidente. Quem será que está mais certo?

Postado por Adriana